Sarah nasceu no dia 24 de julho de
2014 às 21:50h. Exatamente 19 dias após seu nascimento eu estava de volta às
aulas. Mesmo sem muitos acreditarem que eu realmente voltaria, e graças à ajuda
da minha mãe (Jurema), do Marco e da Vó Simone (mãe do Marco), consegui
atravessar o segundo semestre de 2014.
Naqueles dias, ao contrário do que eu
pensava, não foi a coisa mais difícil do mundo deixar a Sarah em casa. Ela ainda
era muito pequena e muito frágil (continua sendo), porém não tinha tanta noção
de quem eu era, só queria saber do peito. Aquele era o mundo e a razão de viver
dela (risos).
Durante o segundo semestre de 2014
foi ficando cada vez mais “complicado” sair para faculdade. Eu acho que ela
sabia o horário que eu tinha que sair e quando ele estava próximo, porque justo
naquele momento ela queria ficar agarrada comigo e houve algumas vezes que
choramingou quando eu saí.
Já no final do ano eu comecei a matar
algumas aulas que já tinha sido aprovada, ou ver dois tempos em um tempo só,
tudo para chegar logo em casa. Finalmente chegaram as tão clamadas férias e foi
um pouco mais de um mês de puro grude. Ela vivia pra mim e eu pra ela. Meio
doentio, talvez, quem sabe, eu não achei, ela muito menos, então tudo bem.
Chegou janeiro e Sarah chorou...
Por quê?
Saudades de mim... :(
Eu já sabia que seria assim, de uma
forma ou de outra nós iríamos ter menos tempo juntas a partir desse mês. Seria
agora ou em março quando voltassem as aulas.
Como disse no primeiro post, este
verão estou trabalhando na colônia de férias no Centro de Movimento Deborah
Colker, na Glória. Não é minha primeira colônia. Como era aluna de ballet
clássico e contemporâneo de lá entre 2011 e 2013 participei de 3 ou 4 colônias
antes dessa.
Eu simplesmente adoro esse trabalho!
É cansativo demais, mas é ainda mais gratificante! O carinho das crianças, as
brincadeiras, os papos de escola, aaaah que delícia!
Esse ano foi difícil sair de casa e
deixar minha filha para brincar com o filho de desconhecidos, mas faz parte, estou
precisando trabalhar, quero principalmente, então vida que segue.
Estava (e estarei durante o mês
inteiro) de corpo e alma, mas meu coração estava (e estará) em casa.
Percebi que minha sintonia com Sarah
é ainda maior que imaginava. No momento que pensei em ligar para ela, foi
exatamente na hora que ela chorou demais (como minha mãe me disse depois) e por
saudade. Não era fome, fralda, sono, era só saudade...
Marco, que tem esse mesma sintonia
com ela e também comigo, sentiu o mesmo que eu, que ela tava precisando de um
de nós, e saiu de onde estava e foi direto para minha casa. Chegando lá ele a
encontra chorando demais, porém quase dormindo e minha mãe ninando-a. Ela o vê
e abre um sorriso enorme.
Colo de vó é muito bom, mas pai é
pai, mãe é mãe. Nada melhor do que um colo de pai na saudade da mãe. E vice-versa.
Sarah se acalmou, mas ainda não era o
suficiente.
Marco teve que ir embora, mas ainda
não estava na minha hora de chegar.
Duas horas depois que ele foi embora
da minha casa, eu chego, esbaforida, querendo pegá-la logo e dizer que eu não
tinha a abandonado. Que conforme eu vinha explicando desde o final de 2014, agora
eu sairia de manhã e voltaria a noite. Mas ela estava dormindo quando cheguei.
Em menos de meia hora ela acordou
choramingando. Estava no colo da minha mãe enquanto eu saía do banho. Quando eu
chego à sala e digo “Sarah...” ela vira a cabeça na hora me procurando. Pego-a
no colo, abraço e digo “Eu disse que voltaria” e ela se conforta no meu peito.
Naquele momento eu tenho mais uma vez
a certeza de que tê-la foi a melhor coisa que aconteceu. Ela tinha que estar
aqui agora.
O mundo faz mais sentido agora.
A minha vontade e determinação de
fazer tudo certo é ainda maior.
Agora, depois de brincar comigo;
ficar um pouco furiosa porque eu demorei muito a chegar, mas fez as pazes no
mesmo momento. Somente agora, ela conseguiu dormir tranquila e sorridente como
sempre.
Imagino quando a cena irá se
inverter. Eu que a aguardarei ansiosamente voltar da rua com as amigas e só
conseguirei dormir quando ela chega.
E somente naquele momento saberei que
tudo está no seu devido lugar, assim como ela sabe agora.
Naila Agostinho
sinceramente??? O melhor texto até aqui! Sério! Como é louco ler de você, minha amiga láaaa da 3ª série, as coisas que vi minha mãe falar pra mim.. Lembro de você na escola, toda espivitada.. hoje tem a consciência e sente o amor de mãe, esse que um tanto das mulheres sonha sentir um dia.. é amigaa.. parece que crescemos.. hahahaha Lindo texto! Me fez pensar. Parabéns por já ser desde cedo essa mãe dedicada e toda derretida. Sarah tem muita sorte!
ResponderExcluiramigaaaaa, vc sempre me deixando sem palavras!
Excluirmtttt obrigada de coração!!!!!