Parece que foi ontem que quase surtei quando soube que
estava grávida aos 18 anos. E hoje Sarah já corre por ai (segurando o ancinho
de praia que ela nunca, nunquinha larga) rindo, brincando, abraçando bebês,
mandando beijo e dizendo “oi” com a voz mais doce desse mundo.
Aí eu falo “Caramba, o tempo (de fato) não para!”
Já sinto os cabelos brancos chegando... (risos)
Vou piscar o olho e ela estará com 15 anos. Pisco outra vez
e já nem mora mais comigo. Ai, nem vou sofrer por antecedência, mas já to com
saudades dela.
É surreal como a vida passa rápido demais e muitas vezes nós
simplesmente não conseguimos acompanhar o ritmo.
Flor está crescendo num ritmo desenfreado e eu me pergunto “Mas
é assim com todas as crianças? Elas crescem rápido assim mesmo?”
Creio que sim, né.
Temos de estudar, trabalhar, pagar contas, e no final do dia
quando vemos nossos filhos parece que o tempo encurta ainda mais e que nunca
vamos viver cada segundo do crescimento deles.
Esses sentimentos de falta e um mix de culpa me perturbam
todos os dias.
Confesso que gostaria ter mais tempo com Sarah.
Já pensei em trancar a faculdade e passar as tardes com ela.
Aí minha mãe fala “Tá doida, bolsista não pode trancar não
meu bem. Estuda muito e termina logo essa faculdade!”
Esqueço a possibilidade rapidinho.
É um esforço diário me despedir todas as manhãs (as 6:30h) e
falar “Mamãe volta de noite, ok?”
Faço uma dança ridícula da porta do apartamento até o
elevador que ela ri e (na minha cabeça) não sofre (tanto) com a minha ausência
durante o resto do dia.
Ela acena toda feliz..Não sei se é pensando que de noite
chega rápido ou por que quer voltar logo a brincar e andar pela casa toda rs
Só sei que todo esforço tem uma recompensa. Mas, é preciso
ter um balanço de prioridades.
Isso nós vamos aprendendo com o tempo e com as escolhas
e os caminhos escolhidos.
O fato é que agora são 14:35h e estou com saudades da minha
linda Flor.
Naila Agostinho